domingo, 28 de novembro de 2010


Crepúsculo

“Nunca pensei muito em como iria morrer, mas morrer no lugar de alguém que eu amo, me parece uma boa maneira de partir.”



Capitulo 1 - A Primeira vista
Por isso tomei a decisão de sair de casa, vou sentir saudade de Phoenix, saudade do calor, da minha mãe, instável e cabeça-oca, e o novo marido dela. Mas eles querem viajar e então vou passar uns tempos com meu pai, e isso vai ser bom, eu acho.
Na península América, debaixo de uma densa camada de chuva, existe uma pequena cidade chamada Forks. População, 3.120 habitantes, é lá que eu vou morar. Meu pai é Charlie , e ele é chefe de polícia. Charlie não é do tipo que fala muito, nem eu, então toda a viagem, desde que cheguei de Phoenix, até Forks, foi muito silenciosa.
- Seu cabelo cresceu- disse ele em tom baixo, quase imperceptível.
- Cortei desde a última vez que vim- fazia um tempo que eu não vinha até Forks, eu detestava este lugar, é tudo muito verde, muito calmo, muito molhado e úmido.
- Parece que cresceu de novo- disse Charlie numa voz ainda mais baixa.
Estava tudo muito igual quando eu vinha, nada mudou, aparentemente. Logo que chegamos em frente à casa de Charlie, eu sai de dentro do carro e peguei minhas malas e Charlie me levou até o meu quarto. Passei pela cozinha, e vi tudo igual a quando eu era pequena, o chão de madeira com o carpete verde-musgo, as paredes brancas, e os armários pintados de laranja- fluorescente, a única coisa que lembrava um pouco os raios de sol, naquela casa onde dias de sol eram raros.
- Parece que você se lembra muito bem da casa, não é Bells?- disse Charlie
- é pai me lembro sim- Charlie não aceitava que eu o chamasse de Charlie e não de pai, então, eu o chamava de pai, pelo menos na frente dele.
- Bom aqui vai ser o seu quarto- como se eu não esperasse que o meu quarto ia ser o mesmo de antes, só havia dois quartos na casa mesmo, e um banheiro.
- Está ótimo pai- eu disse tentando ser o mais convincente possível, mas não adiantou.
- Bells, eu sei que vai ser difícil pra você se adaptar por aqui, mas podemos dar um jeito- ele disse isso num tom de desapontamento, como se já esperasse minha reação.
 - Não esquenta comigo pai!- eu disse e desta vez soou mais convincente.
- Está bem , vou deixar você se acomodar em paz, mas depois desça lá embaixo tenho uma surpresa pra você. – logo que ele falou “surpresa” eu disparei:
- - o quê?
- Bom, sua mãe me pediu para comprar um carro pra você.- ele disse isso baixo demais, para quem compra um carro.
- Que ano ele é?- perguntei já desconfiando do pior.
- É uma picape, comprei de um amigo, o Billy Black, lembra? Da reserva.- ele fugiu do assunto do ano da picape, mas eu tornei a perguntar.
- Tá, e qual é o ano da picape?
- Bom , o Billy tinha essa picape há uns vinte anos, mas ele comprou em 78 ou 79 por aí. Mas ele a reformou toda, todas as peças são novas, e o motor também – ótimo, agora eu tinha uma picape velha, mas era melhor do que ir para a escola no carro da polícia, chamando a atenção dos 3.120, agora 3.121 habitantes daquela cidade.
- Tá , depois eu vou lá embaixo ver- dizendo isso Charlie saiu do meu quarto, eu fiquei olhando e vi que tinha um computador velho , com um modem e uma linha telefônica grampeadas no chão, só podia ser ordens da minha mãe, para podermos sempre manter contato. Olhei pela janela e vi a grama, totalmente molhada, tudo muito úmido, me deixando deprimida. Me deitei na cama, me tampei até a cabeça com uma manta roxa quadriculada que tinha ali e fechei os olhos, nem um minuto passou e Charlie gritou lá do gramado – Bella! Sua picape chegou! Venha ver! – sua voz era histérica parecia que estava me xingando, e não me pedindo para descer.
- Já vou pai! – gritei mas acho que ele não ouviu. Assim que cheguei, vi aquela picape vermelha-alaranjada , desbotada um pouco, mas aos meus olhos, uma beleza de carro. Eu amei aquela picape, uma coisa que eu não esperava.
- Bella, se lembra do Billy? – disse Charlie percebendo que eu havia gostado da picape.
- Sim – respondi- você parece bem – uma coisa que eu não deveria ter dito, pois só depois fui perceber que ele estava numa cadeira de rodas.
- Eu ainda danço – disse ele brincando.
- Bom Bella, gostou do seu novo carro? – perguntou Charlie.
- Sim, adorei parece muito boa – é claro que não pareceia muito boa, mas ela tinha estilo e disso eu gostei.
- Então, se prepare para ir pra escola, começa hoje – Charlie sabia que eu ficaria entediada se ficasse um dia inteiro dentro de casa, então achou melhor ligar pra escola e dizer que eu ia hoje mesmo.
- Bom então vou me preparar – disse me despedindo do Billy.
Entrei em casa, subi depressa a escada e coloquei um casaco marrom, minha mochila, e sai. Quando voltei ao gramado, Billy não estava mais lá, e nem Charlie e o carro da polícia, acho que ele teve de sair urgente para o trabalho. Mas fui depressa para minha picape, e ao entrar fechei a porta enferrujada e parei um pouco para apreciar meu “novo’carro. Parecia bom, a não ser pelo cheiro de tabaco e hortelã. Liguei a chave, pegou de primeira, então fui para a escola, não foi difícil achar, pois tinha uma placa bem grande escrito ‘escola de Forks’ estacionei minha picape em frente a secretária da escola. Passei por um corredor de pedras e entrei dentro da secretária. Lá dentro era tudo bem modesto, e ainda tinha um monte de plantas, se já não bastasse ter verde pela cidade inteira.
- oi – eu disse meio baixo mas a secretária baixinha de óculos, e cabelo vermelho ouviu e deu um largo sorriso.
- Você é Isabella Swan , bem-vinda querida, estavamos esperando você – eu logo imaginei, todo mundo sabia da chegada da garota nova, que vinha de Phoenix, no Arizona. Todos deviam estar esperando uma garota alta, loira, esbelta e atleta, típica da cidade do sol. Em vez disso, chegava uma garota totalmente diferente, estatura média, morena, magrela , pálida e sem falar que eu não sabia jogar nada, era muito desastrada e descordenada.
- Bom querida aqui estão os seus livros, sua caderneta que o professor deve assinar e você deve trazer aqui no final da aula, e aqui são os seus horários.- disse a secretária me tirando dos meus pensamentos.
- Obrigada – respondi ainda meia fora da realidade.
Quando sai da secretaria, o estacionamento estava lotado, voltei para minha picape, olhei os horários tentando memorizar para não ter de ficar com o papel grudado na cara o dia todo.
- Quer saber – enfiei tudo na bolsa e sai. Fui rapidamente para dentro da escola, para não chamar a atenção. Fui para a primeira aula, era no prédio 2, não tinha como eu me perder pois estava bem na minha frente o prédio 2. Pra ficar melhor cheguei atrasada na sala, não sei como mas cheguei, logo que entri vi um monte de olhos, me olhando como se eu fosse uma intrusa ou coisa parecida. Logo o professor Methew de quimica, me chamou.
- Senhorita Swan, pode se sentar aqui – ele apontou um lugar lá no fundo pelo menos niguém ficaria me observando pelas costas.
Bom, a matéria que o professor estava ensinando, eu já tinha aprendido, então não precisei ficar prestando atenção, só fiquei de cabeça baixa olhando caderno. Logo que bateu para a troca de períodos, um garoto estranho, branco
Com cabelo preto que mais parecia uma mancha de óleo me perguntou
- você é Isabella Swan, eu sou Erik, os olhos e ouvidos dessa escola, se precisar de companhia pro almoço, um guia turístico ou um ombro pra chorar, é só me chamar.
- Não... eu sou mais do tipo que sofre em silencio – respondi meio envergonhada.
- Ótimo titulo, eu sou do jornal e você é a notícia, primeira página.
- Não! – gritei, acho que alto demais- não sou não, por favor não faça nenhuma...- ele me interrompeu.
- Certo, nada de notícia – ele disse meio espantado. Eu agradeci. Ficamos um tempo em silencio.
- Qual é a sua próxima aula? – me perguntou ele
- É no prédio... 6 – respondi olhando a folha de horários.
- É minha próxima aula também, posso te levar lá.- ele respondeu muito atencioso.
- Obrigada – pelo menos eu não teria de ficar andando pra lá e pra cá com a folha de horários.
Chegamos no prédio 6, e ele me deixou na porta e foi sentar no lugar dele.
- senhorita, venha até aqui – o professor Lanthow me chamou, e eu fiquei tão apavorada que cheguei a tropeçar e quase cai. eu posso jurar que ouvi risinhos lá no fundo.
- Turma, essa é Isabella Swan, a aluna nova – eu fiquei vermelha – agora pode se sentar Isabella.
Quando fui ao meu lugar, sentei do lado de um garoto, loiro com carinha de bebê. Nessa hora ouvi uma voz
- olá , você é Isabella – eu odiava que me chamassem de ISABELLA então interrompi – apenas Bella.
- Então Bella, meu nome é Mike...Newton, prazer em conhecer você – nessa hora apareceu do nada uma garota atrás de mim
- Oi, meu nome é jéssica, o seu é Bella – pelo menos alguém teve pena de mim e me chamou de Bella, antes que o nome Isabella fosse absorvido entre a escola .
- Bom – continuou ela – você é do Arizona não é? – eu apenas respondi que sim com a cabeça – as pessoas do Arizona não são todas...bronzeadas?
- É, eu acho que foi por isso que me expulsaram de lá – tentei brincar mas não saiu num tom de brincadeira.
- Bom pessoal, vamos começar a aula – disse o Sr. Lanthow.
A matéria também eu já conhecia, então mais uma vez fiquei pensando no nada.
Logo bateu o período, agora para o lanche, quando me levantei Mike já estava de pé do meu lado e Jéssica de pé do lado dele. Fomos nós três para o refeitório, onde eu peguei minha bandeja e sentei junto com o grupo deles. Quando ia puxar a cadeira para me sentar, Mike puxou antes como um cavalheiro.
- ei, Mike, conhece minha amiga Bella? – disse Erik que estava sentado á duas cadeiras de mim.
- Uh ela é sua amiga? – disse Mike num tom de deboche
- Ela é minha garota – disse uma garota que estava passando.
- Não liga pra ele – disse Jéssica – é o Tayler ele é brincalhão mesmo.
- sorria! – disse uma voz de mulher antes que eu pudesse ver quem era um flash disparou em mim.
- Desculpe – disse a garota, agora eu podia ver ela, uma morena alta, magra de óculos – eu precisava de uma foto pra matéria.
- Não vai ter matéria – disse Erik saindo da mesa.
- Não, eu apenas ... – eu tentei acalmar o clima que ficou tenso – eu protejo você – disse Erik me interrompendo.
- Bom ótimo, vamos ter de fazer mais um editorial sobre álcool na adolescência... ah e a propósito meu nome é Ângela – disse ela.
- Ou vocês podem falar sobre, distúrbios alimentares, - sugeri.
- É pode ser, é uma ótima idéia – respondeu Ângela muito interessada na minha proposta. Enquanto Ângela e Jéssica conversavam, eu reparei que entravam no refeitório umas pessoas muito diferentes, muitos bonitas e diferentes, e ainda sem pensar perguntei para Jéssica
- Quem são eles?
- Os Cullens. – ela respondeu num tom baixo enquanto eles ainda estavam Na porta.
- São filhos adotivos do Dr. e Sr. Cullen – continuou ela – se mudaram do Alasca há alguns anos.
- A garota loira – começou Ângela – é Rosalie ela está com Emmet o grandão moreno. – realmente a garota loira era muito bonita, seus cabelos começavam lisos e faziam ondas nos ombros, e o grandão era forte, e alto.
- A baixinha do cabelo escuro e curto – disse Jéssica – é Alice e ela está com Jasper o loiro que parece estar com dor – realmente , o loiro parecia estar com dor, não emitia um sorriso, nada, ao contrário de Alice que sorria, e caminhava em direção a Rosalie e Emmet, como uma bailarina, ela não caminhava, dançava com seus passos delicados.
- Os Cullen são bem estranhos – continuou Jéssica – porque estão sempre juntos, tipos, juntos juntos.
- O Dr. Cullen é tipo um pai adotivo e casamenteiro! – disse jéssica num tom muito suspeito – ele podia me adotar – continuou Ângela.
De repente entrou no refeitório, um garoto, alto com o cabelo castanho meio avermelhado, ele andava em direção aos outros Cullen, e isso me fez pensar que ele podia ser um Cullen também.
- e ele? – perguntei para Ângela, num tom interessado demais até para mim.
- Aquele é Edward Cullen – disse Jéssica se intrometendo e ela continuou- ele é um tremendo gato, tá na cara, mas parece que nenhuma garota aqui é boa o bastante para ele – disse ela num tom de dor de cotovelo. Fiquei olhando para a mesa deles onde agora os cinco estavam sentados, e percebi que, eles eram muito parecidos, eram muito brancos, e tinham olheiras meio arroxeadas nos olhos, como se tivessem passado a noite inteira sem dormir. Acho que num ato involuntário, os olhos de Edward Cullen encontraram os meus, foi como se tivessem chamado o nome dele e ele olhou mesmo sem querer responder, foi por um segundo pois desviei os olhos na hora.
- Ah! Não perca seu tempo. – disse jéssica vendo que eu estava olhando para ele.
Enfim bateu o sinal para a próxima aula, ao me levantar Mike já estava do meu lado, como ele apareceu ali?
- qual é sua próxima aula? – perguntou ele
- é biologia no prédio 4 – respondi
- é a minha também, posso te levar – ele me tratava como uma doente mental, pois o prédio 4 estava bem na minha frente, mas para não ser mal educada aceitei. Ao chegarmos, na sala o professor me chamou e mais uma vez me apresentou a turma.
- Agora senhorita, pode se sentar aqui – eu não podia acreditar, ele me mandou sentar justamente do lado de Edward Cullen, eu fiquei louca de vergonha, Mike pareceu desapontado com isso, fui sentar e logo que cheguei na cadeira, ele se enrijeceu e ficou o mais distante possível que a carteira permitia de mim. Estava com os punhos fechados e com a outra mão tampava o nariz e a boca, como se sentisse algum fedor. Eu não entendi o porque disso, cheirei meu cabelo e tinha cheiro de shampoo de morango o meu favorito, ele aos poucos tirou a mão do nariz, mas os punhos continuavam fechados, agora ele me encarava, com olhos de fera, com raiva, eu mal consegui prestar atenção na aula. Quando finalmente bateu o período eu me virei para pegar meus livros e quando virei de volta ele não estava mais lá. Ouvi uma voz me chamar, era Mike.
- Você espetou o Cullen com o lápis ou o quê? – disse ele brincando em quanto me ajudava com os livros.
- Quê? – me fiz de desentendida – ah é ? não percebi
- Ele nuca ficou desse jeito – murmurou Mike.
Fiquei quieta, fomos até o ginásio, que era minha próxima aula, educação física, que horror, a única coisa pior do que o Cullen me encarando era educação física.
A minha sorte foi que Mike ficou no mesmo time que eu, então eu não precisava me preocupar ele me cobria em todas as jogadas, e quando o outro time num ato de esperteza tocava a bola direto em mim, Mike desviava. Assim eu ficava, parada no meio da quadra sem fazer nada , feito uma lerda.
Quando bateu o período , chegou ao fim aquele dia, graças a deus pesava comigo mesma, fui ao estacionamento, e vi Edward Cullen, entrar num volvo prata reluzente, e todos os Cullen o seguiam. Ele não percebeu que eu o olhava, então entrei dentro da minha picape, onde era quente, e fui pra casa.
Chegando em casa Charlie, não estava, então fui para meu quarto e liguei para minha mãe:
- alô mãe? – disse eu já no telefone
- oi querida! Como vai a escola? – disse ela
- bem, a maioria das matérias que eles estão ensinando eu já sabia , e como vai o Phill – disse tentando mudar de assunto e tentar esquecer o dia terrível que havia se transformado depois que vi o Cullen.
- O Phill está treinando – Phill jogava num time de segunda divisão de beisebol
- E querida, como são seus colegas? Tem algum gatinho? Estão sendo legais com você? – perguntou ela
- É eles são muito hospitaleiros – respondi meio triste
- Ah querida me conte tudo – disse ela tentando me confortar
- Isso nem importa, ah mãe eu tenho dever de casa agora, preciso desligar.
- Até amanhã querida – disse ela
- Até amanhã – respondi desligando o telefone
Tudo que eu mais queria agora era, dormir e esquecer, a chuva, a umidade, o frio, o verde, a escola, o vôlei, e... Edward Cullen. Mas bem nesta hora começou a chover, e eu detestava chuva, o barulho da água batendo nas calhas da casa era infernal, tampei a cabeça com o travesseiro, mas não adiantou, então coloquei os meus fones de ouvido e coloquei a musica mais lenta, no volume mais alto que o aparelho podia suportar. Só assim eu pude dormir.

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