domingo, 28 de novembro de 2010


Capitulo 10 - Carslile
Era bem clara e aberta, com uma janela enorme que dava para um riacho, eu podia ouvir o barulho da água.
- quero te contar uma história – disse Edward antes que eu pudesse perguntar alguma coisa
- que história? – perguntei curiosa
- a história de Carslile, ou ‘transformação de um humano para um vampiro” – disse ele e eu logo me interessei, fiquei o olhando, paramos sentados em um grande sofá vermelho que tinha perto da janela aberta, era realmente relaxante ouvir o barulho da água, se eu não estivesse tão interessada na história, poderia dormir ali.
- Bom tudo começou á muito tempo atrás, “muito mesmo” – ressaltou ele – Carslile era filho de um pastor de uma igreja, e em um dia uma criatura invadiu a cidade, e estava matando as pessoas, então foi convocado várias pessoas para irem atrás dessa criatura, e Carslile foi uma delas. – ele suspirou e depois continuou – eles perseguiram a criatura pelo esgoto, e depois ela se escondeu, e entaõ o grupo se separou para procurar por ela. Tinham que ter cuidado pois a criatura, tinha uma espécie de veneno nas mandíbulas que fazia acontecer uma transformação – ele me olhou – e todos que ela mordia eram mortos, as pessoas tinham medo do que poderia acontecer. Então Carslile seguiu por um túnel e ouviu um barulho, era a criatura. Tentou correr mas ela era muito rápida e ela o alcançou e deu-lhe uma mordida bem no braço esquerdo. Ele só não morreu por que um dos que vieram junto com ele, passava pelo túnel e distraiu a criatura que passou a persegui-lo. Carslile se escondeu em um buraco escuro, cheio dos restos de restaurantes, a criatura foi morta no fogo e esquartejada. Ele aguentou firme toda a dor da transformação, por tres dias e depois desmaiou. Quando acordou estava diferente, estava mais forte, mais rápido e sentia vontade de beber sangue. Ele saiu em um beco e logo que se colocou no sol, viu que sua pele agora pálida, brilhava. Ficou horrorizado e fugiu para a floresta, onde se alimentou de pequenos animais, se mantendo distante de qualquer pessoa temendo o que poderia acontecer. Ele tentou se matar diversas vezes,mas nada adiantou. – Edward me olhou para ver minha reação até o momento- durante anos ele tentou entender no que havia se transformado, até que descobriu que havia outros iguais a ele na Itália. E ele foi até lá nadando.
- Nadando? – não pude deixar de perguntar
- Sim, é que nós vampiros...não precisamos respirar, é mais um hábito do que uma necessidade – explicou ele e depois continuou – ele nadou durante uma semana, até que chegou na Itália, na Volterra. Lá encontrou os volturi, que eram vampiros que não se alimentavam de pessoas assim como ele – Edward me apontou um quadro pendurado mn parede
- Aqueles são os Volturi – disse. Eu me levantei e fui até o quadro eram tres, um loiro, um de cabelos brancos e outro moreno.
- São os irmãos Volturi – falou Edward
- E o que aconteceu depois? – perguntei
- Carslile não conseguiu se habituar com os Volturi, então voltou para a américa, e em muitos anos, se formou médico. Demorou muito tempo para ele conseguir controlar a sede, e até que ele conseguiu – ele suspirou – então ele estava se sentindo sozinho quando me encontrou, e me transformou. Eu sou como um filho para ele, e depois de mim Esme.
- Como foi a transformação de Esme? – perguntei curiosa
- Ela se jogou de um penhasco e estava quase morrendo – respondeu ele
- E a de...Rosalie?
- Não foi Carslile que transformou Rosalie, foi outra pessoa, e Carslile trouxe ela da Itália, para aumentar a família, para ela ser para mim, o que Esme é para ele. – ele suspirou – mas nós somos apenas como irmãos – eu nem tive tempo de elaborar pergunta nenhuma, só ficava passando na minha cabeça ‘ o que ele viu em mim então?’
- E antes que voce me faça mais perguntas – começou ele – Emmet foi Rosalie que transformou, e foi difícil, ele havia sido atacado por um urso pardo na montanha, quando Rosalie o achou e decidiu transforma-lo, Carslile esteve o tempo todo ao lado dela, a ajudando – ele parou e retomou depois – Alice ninguém sabe
- Como assim? – não pude me conter
- Na verdade foi ela que nos encontrou, ela não se lembra quem a transformou, só lembra que acordou numa sela de prisão abandonada, e já era vampira. Se ela não tivesse “visto” que ia fazer parte da familia, teria matado pessoas
- E Jasper?
- Foi Alice que o encontrou – ele parecia perdido em pensamentos
- E porque alguns vampiros tem poderes especiais e outros não? – agora as perguntas surgiam sem que eu sequer pensasse se perguntaria ou não para ele.
- Tem a ver com as sensibilidades que voce tem quando humano – ele me olhava agora parecia de volta a realidade – Carslile era a bondade, Esme a ternura, Rosalie a ...beleza, Alice a o poder de ver o futuro, Carslile acha que ela já poderia ser vidente quando humana e os poderes se aperfeiçoaram. Jasper tinha muita influência em relação as pessoas, por isso ele pode influenciar as emoções de alguém apenas tocando na pessoa e eu...voce já sabe, Carslile acha que eu poderia ter tido muita facilidade para saber o que as pessoas estariam pensando, e os poderes se aperfeiçoaram – ele estendeu o braço e tocou meu rosto
- E como era... – eu estava incerta quanto a pergunta - ...sua vida humana? – ele fez uma careta e na hora soltou meu cabelo
- Eu... – ele parecia perdido em lembranças ruins - ...não me lembro da minha vida humana, só depois que eu me transformei, que fiquei revoltado com o que eu havia me tornado, e até que um dia eu sai de casa, e fiquei anos fora, estive prestes a fazer vitimas humanas... – ele parou - ...mas não tive coragem, então depois de tanto tempo voltei para Carslile e ele me recebeu de volta. Entaõ desde ai vivemos como uma familia – nesse momento Carlisle entrou na sala
- Parece que voce contou algumas histórias para Bella, Edward – disse ele entrando na sala
- Carslile – disse Edward
- Dr. Cullen – disse eu
- Não , não , não, só sou Dr.Cullen no hospital! Me chame de Carslile! – disse ele rindo
- Está bem Carslile – respondi. todos rimos
- Vim buscar voces Esme quer fazer uma reunião de familia! – disse Carslile
- Entao vamos – disse Edward me puxando para a porta. Fomos até o fim do corredor e lá estava toda a família dentro de uma sala, cheia de luz, e bem no meio da sala tinha apenas um piano. Esme olhou para Edward
- Edward – disse ela com um sorriso nos lábios
- Nem precisa dizer nada! – disse ele retribuindo o sorriso. Ele se dirigiu ao piano, de repente Alice estava me empurrando para o piano também, e fez com que eu sentasse do seu lado. Ele começou a tocar uma composição muito bonita, que eu nunca havia ouvindo antes. Fiquei olhando ele tocar e quando dei por mim, estava sozinha com ele na sala, de longe posso ter jurado ouvir o risinho malicioso de Alice.
E logo depois, não sei o porque, comecei a chorar
- porque esta chorando? – perguntou Edward parando a melodia
- a musica... é muito linda! – respondi entre soluços
- as vezes eu não te entendo, voce chora quando está triste e chora quando está feliz? – perguntou pegando uma mecha do meu cabelo para secar uma lágrima que teimava em cair

- atitudes humanas – respondi tentando controlar as lágrimas. Ele parou de tocar a música

- vou te levar para casa, se não Charlie vai ter um taquicardio! – disse sorrindo, era incrível como ele conseguia me fazer esquecer de tudo. Foi neste instante que percebi que já era quase noite.

- Vamos – respondi. descemos e fomos até a porta onde estava Esme

- Adorei te conhecer querida! Volte sempre que quiser! – ele era muito amável e incrivelmente linda. Assenti com o melhor sorriso que pude, e depois sai me dirigindo ao carro, e Edward, sendo um cavalheiro, abriu a porta do carro para mim. Fizemos toda a viagem de volta sem dizer quase uma palavra, eu apenas olhava o caminho, árvores, brisa levemente gelada, por um momento isso me pareceu perfeito, eu poderia conviver com aquilo para sempre... foi aí que notei que tínhamos chegado na minha casa

- E então? – disse Edward numa voz de sinos maravilhosa – vai amanhã?

- Claro que vou, só tenho que falar com Charlie antes – respondi

- Está bem – ele pelo vidro do carro e depois para mim de novo

- Se incomoda se eu for “invadir” seu quarto de novo? – perguntou debochado como sempre

- Não deveria perguntar se “eu” me incomodo, talvez Charlie se incomode... – falei debochada, ele riu e assentiu

- Até depois então – disse ele e eu sai do carro entrando para minha casa. Do meu quarto vi quando o volvo deu a partida.

Em alguns minutos Charlie já estava chegando, entrou pela porta da cozinha e se dirigiu ao sofá
- oi Bella – disse ele
- oi pai – disse muito simpática, preparando o terreno
- pai... eu tenho um encontro com Edward cullen amanhã – falei isso e o som ecoou pela casa, como se fosse o tiro inicial da rebelião adolescente
- pensei que não gostasse dos garotos da cidade? – disse ele
- ele não é da..cidade – tentei retrucar
- ele é um pouco velho pra voce, não é? – disse Charlie
- não... – por um momento me passou pela cabeça a verdadeira idade de Edward – nós estamos na mesma sala – concluí
- está bem então, quando é?
- Amanhã – respondi , Charlie não disse mais nada então achei melhor não puxar nenhum outro assunto. Coi, tomei banho e escovei os dentes. Quando entrei no meu quarto, por um instante olhei meu computador, mas pensei – estou cansada demais para isso – deitei, ouvi o vento que soprava na minha janela, me concentrei nele, e depois ouvi outro ruído na janela
- Olá – disse Edward pulando janela adentro
- Charlie está acordado – alertei
- Eu sei...mas está muito concentrado no jogo – disse sorrindo, se sentou do meu lado me fitando
- Qual é o assunto? Interrogatório? De hoje – perguntei
- Nenhum – disse com lindos olhos cor de topázio – só quero ver voce dormir
- Tem medo que eu me sufoque dormindo ou o quê? – perguntei tentando faze-lo sorrir
- Não é isso – ele hesitou – gosto de ficar com voce – ele se ajeitou bem do meu lado me puxando para seu peito, eu estava enrolada em meu cobertor, se não eu congelaria junto ao seu corpo gelado.
- Rosalie não gostou muito de mim não é? – perguntei
- Não é exatamente isso... – começou ele
- É que Rosalie...não queria ser vampira, e vendo voce...ela...- ele hesitou
- Ela não queria ser vampira? – perguntei, como alguém não gostaria de ser imortal?
- Ela na verdade. Queria ter uma família, envelhecer, ter filhos, essas coisas que acontecem com as pessoas – explicou ele.
- Mas..o que eu tenho a ver com isso? – perguntei. Ele ficou rígido, não se mexia, foi erro meu fazer essa pergunta que agora parecia “óbvia demais’
- É que ela acha, que voce também vai virar vampira – disse ele fitando o nada . fiquei calada
- E ela não deseja que nenhum humano, tenha essa experiência de solidão... – ele falava entrecortes
- Mas ela tem o Emmet – retruquei
- Não é a mesma coisa Bella! – disse baixo mas grave – é diferente... – concluiu
- Como diferente?
- O sonho de Rosalie sempre foi ter um bebê, e ela não pode ter – disse, ainda olhando o nada, sua expressão era vazia
- Mas ela pode adotar – eu disse – como Carlisle fez
- Não é a mesma coisa que gerar uma criança, e ela nunca vai ter essa experiencia, e isso é triste...
- Ela não pode ter filhos no sentido, “não pode gerar um bebê” ou no outro sentido... – perguntei curiosa quanto a isso
- Bella, quer saber se eles são um casal de ‘verdade’? – perguntou virando-se para mim, agora o brilho acobreado de seus olhos voltara, e ele sorria.
- É.. – respondi meia envergonhada, não falava dessas coisas com ninguém, no máximo com a minha mãe, e olhe lá...
- São – respondeu ele – e a cada 10 anos mais ou menos, eles casam-se de novo e destroem uma casa – ele falava debochado
- Des...troem... – a palavra saiu cortada, mas antes que ele pudesse responder eu já havia sacado
- Ahhh! Entendi! – olhei para baixo
- Vampiros costumam ter muita força – respondeu ele. Me puxou para mais perto de si, eu me aninhei nele, recostando a cabeça em seu peito de mármore, nesse momento começou a chover
- Quer que eu cante para voce dormir de novo? – falou com uma linda voz melódica, fechei os olhos e assenti com a cabeça. E mais uma vez dormi, e sonhei com o paraíso, diferente do que eu pensava que poderia ser, tinha sobretudo, muito verde.

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