domingo, 28 de novembro de 2010


Capitulo 10 - Lindo vampiro

Mal abri a porta, e tirei minha roupa encardida de musgo e plantas, e coloquei meu pijama, uma blusa azul escura de mangas curtas e um shorts azul claro, que ganhei da minha mãe no ano passado. Fui ao banheiro, escovei os dentes, procurando bater bem as portas para que Charlie ouvisse que eu estava indo dormir e não tentar fugir de casa. Abri a janela, estava calor, o que era raro então resolvi aproveitar o vento abafado que vinha da rua. Deitei na cama, fechei os olhos por uns dois minutos, imaginando o lindo rosto de Edward olhando para mim
- já vai dormir? – ouvi sua linda voz, e imaginei estar dormindo. Mas vi que não quando senti seus lábios no meu cabelo, dei um pulo da cama caindo sentada no chão
- nossa! É tão fácil assustar você! – disse ele rindo baixo
- co...como entrou aqui? – minha voz falhava
- pela janela – disse ele como se fosse óbvio, eu me levantei do chão e sentei do lado dele na cama.
- Costuma fazer isso?
- Só nos últimos meses, e você é muito interessante quando dorme! – ele sussurrava bem perto de mim, e eu me perguntava se Charlie havia ouvido quando eu caí no chão
- Você é muito criativa quando dorme sabia? – disse ele pegando uma mecha do meu cabelo e passando entre os dedos, minha mãe uma vez me disse que eu falava dormindo, mas obviamente eu não acreditei.
- Como assim? – tentei esperar que não fosse isso
- Você fala dormindo – disse ele as três palavras que no momento estavam me aterrorizando, tive vontade de me atirar da ponte! ainda bem que em Forks não tem ponte. Minha fonte de raciocínio em todos esses meses era meus sonhos, e se eu falava dormindo... me recusei a pensar nas bobagens que poderia ter falado, sacudi a cabeça, mas não pude deixar de perguntar
- O que eu falava? – perguntei aflita
- Não seria certo eu contar!
- Por favor
- Eu posso te dizer que voce não fala, voce praticamente grita! A sua sorte é que nas vezes em que Charlie veio no seu quarto, voce não falou nada demais – disse ele rápido demais, demorei alguns segundos para assimilar tudo
- Charlie? – perguntei, percebi que Edward estava falando muito baixo, então Charlie deveria estar acordado
- Sim, ele vinha pronto para te esganar! – brincou ele
- E desde quando você vem bancar o “vigia do sono” aqui?
- Desde que te salvei da van – respondeu naturalmente
- Chega de falar disso! – balancei a cabeça, pensando nas inúmeras declarações de amor e de raiva que eu fiz dormindo.
- Do que quer falar então? – perguntou ele chegando mais perto de mim
- Você não veio aqui só para me contar que eu falo dormindo – afirmei, ele me olhou profundamente nos olhos chegando mais perto de mim
- Na verdade, quero provar uma coisa – dito isso ele foi chegando mais perto de mim, e mais perto – não se mexa – sussurrou ele. Eu fiquei imóvel na cama, nossos lábios quase se tocando, tentei chegar mais para frente
- Não se mexa – sussurrou ele mais baixo ainda, de olhos fechados, de repente seus lábios se apertaram contra os meus com força, sem pensar duas vezes me atirei em seus braços, me entregando totalmente ao meu lindo vampiro.
Ele segurou firme na minha cintura, e me derrubou para cima da cama, por poucos segundos ele ficou em cima de mim. Ouvi um grunhido que vinha de seu peito e logo depois ele deu um pulo para trás, e parou do outro lado do quarto. Esperei ver Charlie entrar pela porta com uma espingarda e dar o flagra mas isso não aconteceu.
- Me desculpe – disse
- Sou mais forte do que pensei – respondeu ele se virando para a janela
- Eu queria poder dizer o mesmo – respondi, ele ainda estava virado para a janela
- Não vá embora – disse. Ele se virou para mim e sentou nos pés da cama.
- Me perdoe pelo que aconteceu – sussurrou ele, agora ele parecia se recompor.
- Não foi nada... – tentei justificar alguma coisa mas nada me ocorreu.
- Bella – começou ele – você é extremamente quebradiça sabia? – seus olhos eram ternos mas cautelosos – eu jamais posso perder o controle com você, se um dia isso acontecer...
- A sede... – falei baixo
- Isso também, mas ... eu sou muito mais forte que você, posso estender a mão para acariciar seu rosto e acabar esmagando sua cabeça! – na hora me correu um arrepio pela espinha
- Simplesmente por acidente – depois ele ficou em silêncio por um longo tempo. Tentei arranjar algumas palavras para confortá-lo mas elas fugiam e eu não conseguia falar nada, isso me deixava angustiada.
- Está na hora de voce dormir – disse ele olhando para a janela
- Não vai embora – meu tom era suplicante, até para mim mesma. Ele voltou para cama, deitando-se do meu lado, passou o braço por trás de mim, me envolvendo com meu cov=bertor, para que eu não congelasse junto a seu corpo.
- Sem mais perguntas por hoje, voce tem que dormir, se não não vai parar de pé amanhã – disse ele, agora estava calmo e terno de novo. Minha pulsação aumentava a medida que eu sentia sua respiração em meu cabelo
- Será que algum dia meu coração vai parar de bater tão rápido quando eu estou com voce? – falei fechando os olhos
- Eu realmente espero que não – não consegui decifrar seu tom, se era pensativo ou debochado. Neste momento começou a chover, e a água batia forte no telhado. Ele começou a cantar uma cantiga de ninar para mim, e sua voz ia penetrando em minha mente e me fazia sentir calma.
- Como sabe que eu odeio dormir ouvindo a chuva? – falei de olhos fechados
- Voce me disse – falou ele com sua voz mais doce ainda
- Quando eu disse? – perguntei quase caindo em sono profundo
- Quando voce estava dormindo – foi a última coisa que eu ouvi antes de cair em sono profundo.
Logo ao acordar, vi que não estava chovendo mas estava frio, lembrei-me da noite passada e jurei que haveria de ser um sonho, e vi que não quando vi um papel escrito com uma magnífica letra “volto logo” era a letra de Edward. Ao descer as escadas para tomar café, percebi que Charlie não já não estava em casa. Me arrumei com a roupa mais decente que tinha, uma blusa azul-claro, uma calça-jeans escura e meu casaco marrom de cinto que ganhei no último natal de Phill, e óbvio nunca havia usado antes. Ao descer a escada, vi uma figura que eu nunca havia imaginado antes, a não ser em meus sonhos mais loucos, Edward sentado na cadeira da cozinha da minha casa.
- até que enfim! – disse ele se levantando para me receber no final da escada
- é agora estou decente – disse ainda espantada por ele estar ali de repente
- decente? Voce está totalmente indecente! Nenhuma pessoa tem que passar por um grau de tentação tão grande! – disse pegando minha mão entre seus dedos frios
- bom vamos então? – disse meia envergonhada
- depois – disse ele me puxando para mais perto – quero fazer uma coisa antes – terminando de falar isso ele me puxou para seu peito e me beijou nos lábios. Na hora eu não vi mais nada, só me lembro de ter ficado muito tonta e depois tudo ficou preto.
- Bella! Bella! Voce está bem? – ouvi Edward falando e me segurando em seus braços
- Estou – murmurei – só fiquei tonta – disse tentando me levantar, mas ele me segurava muito forte então eu não conseguia quase me mexer em seu aperto de ferro
- Achei que já tivesse superado esta fase de desmaiar perto de mim! – disse ele agora afrouxando os braços envolta de mm
- Desculpe, acho que já estou melhor – disse ficando vermelha de vergonha – podemos ir – sugeri
- Vamos então – disse Edward me levando pela mão até a porta da frente. Fomos no carro dele, porque era mais rápido e não mais seguro. O caminho para a casa de Edward era difícil de achar, muitas curvas e atalhos desconhecidos com placas de ‘pare” no meio do caminho. Assim que chegamos fiquei deslumbrada com aquela casa enorme. Era uma casa branca, cheia de janelas de vidro transparente. De repente vi que Edward saiu da porta do motorista e em menos de um segundo já estava do meu lado abrindo a porta para mim, eu não estava acostumada com sua velocidade. Ao entrarmos na casa, fiquei mais deslumbrada ainda
- É tudo tão claro e tão aberto – falei a mim mesma olhando em volta
- O que voce esperava? Caixões? Masmorras e fosso? – perguntou ele em tom de brincadeira
- Fosso não! – respondi brincando
- Fossos não – repetiu ele dando um belo sorriso. Fui vagando pelo primeiro andar da casa, até que Edward me puxou para a escada, onde vinham barulhos de televisão e conversas, os Cullen deviam estar lá em cima
- É o único lugar que não temos que nos esconder – disse ele pegando minha mão. Fomos subindo a escada, e entramos logo na primeira porta
- Oi Bella! – disse uma mulher ( que parecia uma moça) de cabelos cor de caramelo e olhos brilhantes cor de mel, ela era quase da minha altura, um pouco menor talvez, ela não chegou muito perto de mim para eu saber com certeza.
- Esta é Esme – disse Edward – minha...mãe para todos os efeitos! – olhei para ela de novo, e depois olhei em volta, vi Rosalie, linda como sempre, ao lado dela estava Emmet com uma faca de cortar na mão, o que me assustou um pouco, mas ele ria, então logo o medo desapareceu, e atrás do balcão estava Carlisle, foi sá ai que percebi que eu estava na cozinha.
- Bella fizemos comida italiana pra voce! – disse Esme ternamente – espero que esteja com fome
- Com certeza – respondi
- Ela já comeu – Edward me desmentiu, minha cara caiu no chão, peguei a fama de mentirosa, mas realmente eu já havia comido antes de sair, mas ele não precisava ter contado!
- Ótimo – grunhiu Rosalie derrubando uma tigela de vidro no chão que espatifou aos pedaços
- É que eu sei que voces não comem então... – tentei me justificar
- Foi muita consideração sua – disse Esme olhando feio para Rosalie
- Ignore a Rosalie... como eu faço – disse Edward ao meu ouvido
- É vamos continuar fingindo que isso não é perigoso para todos nós! – disse Rosalie aos berros
- Eu jamais contaria nada a ninguém! – de novo tentei me justificar e acho que não deu muito certo
- Ela sabe disso – disse Carslile que pareceu ser o único a me compreender
- Mas o problema é que voces se assumiram em público agora... – começou Emmet que agora estava parado bem ao lado de Esme
- Emmet! – disse Esme
- Não ela precisa saber! – começou Rosalie de novo e parecia mais irritada ainda – toda família vai ser implicada se isso acabar mal!
- Mal...tipo...eu me tornar o almoço... – murmurei baixo, depois seguiu-se um longo silêncio, depois todos deram risadas discretas uns para os outros. Fiquei louca de vergonha, até que para me salvar apareceu Alice, caminhando em cima de uma árvore e pulando pela janela direto para a cozinha,atrás dela vinha Jasper com uma cara de ‘poucos amigos”
- Oi Bella! – disse ela me abraçando, era a única que manteve contato físico comigo
- Alice não conhece a expressão “entre pela porta”! – disse Emmet e todos riram. Edward ficou olhando para Jasper e depois Carslile
- Ah...desculpe, Jasper é o nosso mais novo vegetariano, é um pouco difícil para ele – justificou Carslile
- É um prazer te conhecer - disse Jasper me olhando, os olhos dele nem piscavam.
- Não se preocupe Jasper, não vai machucá-la – murmurou Alice para Jasper. Edward arregalou os olhos
- Ah...já tá bom! Vou te levar para conhecer o resto da casa – disse ele me puxando para a saída
- Até mais tarde! – disse Alice dando um lindo sorriso
- Até depois – respondi com um sorriso meio desengonçado, enquanto Edward me puxava para fora da cozinha, passamos por outra escada, nossa um casa de três andares chamava bastante atenção, ainda bem que a casa deles era bem escondida.
- Foi tão estranho para você quanto foi para mim? – perguntou Edward enquanto subíamos devagar os degraus
- Eu..não sei – respondi considerando o fato de estar numa casa cheia de vampiros já era bem estanho. Foi quando a vergonha passou um pouco e eu olhei a parede ao lado, era cheia de chapéus de formatura
- Chapéus de formatura? – perguntei, tinha mais de cem chapéus
- É , nos matriculamos muito – respondeu ele dando um lindo sorriso torto, o meu preferido, mas vi uma certa tristeza em seu olhar
- Deve ser uma tristeza, repetir o colegial diversas vezes! – respondi tentando confortá-lo um pouco
- É mas quanto mais jovens começamos em algum lugar, mais tempo poderemos ficar nele – explicou ele me puxando para o final da escada. Andamos por todo o corredor, todas as portas estavam abertas
- Este é o quarto de Alice – dizia ele, era um quarto de vista muito claro e todo cor-de-rosa, eu via apenas o que a porta me permitia ver
- este é o de Rosalie e Emmet – o segundo quarto era o deles, não era tão claro quanto o de Alice, mas era de vista muito luxuoso
- este é o de Jasper – o terceiro era o quarto de Jasper, era meio escuro, as janelas estavam fechadas, e deu pra ver uma estante cheia de cds, muitos cds!
- Este é o de Carslile e Esme – o penúltimo quarto, era muito claro e branco, mas tinha um toque de requinte. Passamos ao final do corredor, ele parou do meu lado
- Este é meu quarto – disse me deixando passar a sua frente. Olhei por tudo, tinha muitos livros, e uma janela enorme que dava direto para a floresta, tinha uma televisão enorme de LCD e ai que eu percebi não tinha cama!
- Sem cama? – perguntei intrigada
- Naõ eu...não tenho...quer dizer...eu não durmo – disse Edward com um meio sorriso, ele estava encostado na porta me observando
- Nunca dorme? – perguntei
- Não, nunca – respondeu se contendo para não rir
- Está bem então – respondi meia desconcertada. Olhei o resto do quarto e percebi uma estante enorme, lotada de cds, muito maior que a de Jasper
- Nossa! Voce tem tanta música! – disse me aproximando da estante, e percebi que ele me seguia
- O que está ouvindo? – liguei o aparelho de som, e começou a tocar uma melodia muito bonita, no começo eu não reconheci, mas logo depois me veio a memória da noite passada,era a minha cantiga de ninar
- É Debussy – disse ele parado ao meu lado
- “Clair de lune” é lindo – disse reconhecendo a composição. De repente ele pegou minha mão e me puxou devagar para si, colocou a outra mão na minha cintura e me puxou para dançar. Seu rosto ficou próximo ao meu e eu olhava em seus lindos olhos agora castanho-dourados, eu me perdia naqueles olhos. De repente ele levantou minha mão e me girou, eu parei e fiz uma careta
- que foi? – perguntou sorrindo
- eu não sei dançar – respondi. ele pensou um pouco
- mas eu posso te obrigar – falou debochado
- não tenho medo de voce! – respondi sarcástica, ele pensou de novo
- voce não deveria ter dito isso! – falou ele e imediatamente me puxou para suas costas, e voou pela janela afora, e parou em cima de uma árvore
- é melhor se segurar macaco-aranha! – apertei os braços firmemente em seu pescoço e ele foi “escalando” rapidamente a árvore. Quando chegamos lá em cima ele olhou uma outra árvore a uns 10 metros de nós
- confia em mim? – perguntou
- em tese...confio! – respondi
- então feche os olhos! – disse e pulou no ar e por um momento a sensação era de se estar voando, e fomos parar naquela árvore à 10 metros de nós. Ele passou o braço pela minha cintura e me desceu de suas costas, ficamos em cima da árvore, que devia ter uns 50 metros de altura, ou mais. Dava para ver toda a cidade de Forks dali, até a praia La push. Ele me segurava firmemente pela cintura
- isso não é real! É o tipo de coisa que não existe! – falei e o eco de minha voz ecoou pela floresta
- existe no meu mundo! – respondeu ele, sorrindo. Ficamos um bom tempo ali em cima, sem dizer nada, apenas nos olhavamos e era o suficiente.
- Está na hora de ir , como vou explicar a Charlie que deixei voce cair de uma árvore de mais de 50 metros! – estava debochado de novo. Apenas concordei com a cabeça, ele me puxou para suas costas e desta vez foi muito mais rápido do que da primeira, apenas senti um vento muito forte, parecido com o de uma queda, e depois estávamos entrando pela janela de novo. Edward me colocou sentada no sofá branco que tinha em seu quarto, mas desta vez eu não havia ficado tonta, apenas impressionada. Ele riu quando viu minha expressão. De repente Alice e Jasper entraram pela porta
- Parece que não sou eu quer não sei usar a porta! – disse Alice dando uma risada de satisfação
- Entaõ você me pegou! – incentivou Edward participando da birncadeira
- Eu vim convidar a Bella para ir amanhã no nosso jogo de beiseboll – disse ela sempre sorrindo
- O que acha? – perguntou Edward para mim
- Claro – respondi de imediato
- E leve guarda-chuva, vai chover, segundo Alice! – brincou Jasper.
- Até depois Bella! – disse Alice saindo e puxando Jasper com ela.
- Desde quando vampiros jogam beiseboll? – perguntei para Edward que agora estava sentado ao meu lado
- Bom é o passatempo dos americanos, e como disse Jasper...vai chover amanhã e só assim podemos jogar! – respondeu ele agora com um ótimo humor
- O que tem a ver a chuva?- perguntei
- Não é a chuva, é o trovão, vai ver porque amanhã! – ele ria, era incrível como o humor dele mudava quando estava com a família, devia ser porque ele se sentia em os ‘seus” ou algo parecido. Ele me encarou por um momento
- Quero te mostrar uma coisa – e me puxou para fora do quarto, descemos as escadas até o segundo andar onde entramos numa sala branca cheia de artigos antigos

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