domingo, 28 de novembro de 2010


Capitulo 3 - Explicações


- Bella! Você está bem? - gritou Charlie lá da porta.
- Vamos conversar depois! – ele disse a Tayler
- Estou bem pai, acalme-se – disse tentando faze-lo se acalmar
- Pode dizer adeus a sua carteira de motorista! – ele disse novamente a Tayler
Nisso entrou na sala, um médico, loiro , alto , muito bonito, era o Dr.Cullen, o pai de Edward.
- soube que a filha do chefe estava aqui – disse o Dr. Cullen ainda lá da porta
- Dr.Cullen – disse meu pai o cumprimentando
- Charlie – disse o Dr. Cullen fazendo o mesmo
- Isabella – disse o Dr.Cullen, pegando a minha ficha
- Bella – disse eu
- Bom Bella – continuou ele – os sinais vitais estão bons, não teve traumatismo craniano... acho que vai ficar bem – concluiu ele
- Na verdade – comecei eu – se Edward não tivesse me puxado para o lado, talvez eu tivesse morrido – Charlie me interrompeu
- Edward? Seu filho? – disse meu pai incrédulo, aliás onde estava Edward? Ele não estava dentro da enfermaria.
- É. – respondeu o Dr.Cullen
- Ele chegou perto de mim tão rápido, ele não estava perto de mim – terminei
- Parece que teve muita sorte – concluiu o Dr. Cullen, se dirigindo até Tayler.
- Bella – começou Charlie – tenho que assinar uns papéis, fique aqui , e depois... – ele hesitou – é bom você ligar para sua mãe.
- Contou para ela? – perguntei sem acreditar que ele fez isso – ela deve estar... histérica – eu conhecia minha mãe, devia estar achando que eu morri. Nisso Charlie saiu pela porta, e Edward entrou pela porta segundos depois.
- Parece que desta vez você conseguiu sobreviver. – disse Edward num tom debochado
- É consegui – concordei – posso falar com você a sós? – perguntei
- Claro – ele ia seguindo para fora da enfermaria, e eu o segui, ele caminhava muito rápido, quase impossível que uma descoordenada como eu pudesse acompanhar, de repente quando viramos num corredor ele se virou para mim.
- O que você quer? – disse ele
- Como... como chegou perto de mim tão depressa? – eu estava gaguejando, ótimo
- Eu já disse, estava parado do seu lado Bella! – ele repetiu novamente, é obvio que estava mentindo
- Não estava. – eu afirmei de novo
- Bella, você bateu a cabeça, deve estar confusa. – disse ele novamente como se eu sofresse de distúrbios psicóticos.
- Pare de ficar dizendo que eu bati a cabeça, eu sei o que eu vi – disse isso muito convicta
- O que exatamente você viu? – agora ele estava com uma voz agressiva e alterada.
- Você... parou a van... você a afastou com a mão, não é todo mundo que consegue fazer isso – conclui, eu estava assustada, com medo que ele ficasse com raiva de mim.
- Não pode simplesmente, me agradecer e esquecer isso? – ele disse isso num tom muito áspero
- Obrigada – eu disse olhando fixamente em seus olhos que agora estavam pretos.
- Não vai esquecer isso, não é? – ele perguntou esperando ouvir que eu iria esquecer tudo aquilo.
- Pode apostar que não – eu disse novamente muito convicta
- Então espero que goste de ser desapontada – ele disse se virando, e ele foi embora e eu o fiquei olhando pelas costas.
Depois disso, Charlie me encontrou e fomos para casa, ao passar pelo lado de fora da enfermaria, eu vi que toda a escola estava ali. Passei rapidamente pela multidão, para verem que eu não tinha morrido, fui de carro com Charlie, contra minha vontade, minha picape ia ser rebocada até minha casa. Chegando em casa, subi rapidamente para meu quarto, já era noite então fui direto dormir, esperando que tudo aquilo fosse um pesadelo. No meio da noite acordei, e posso jurar que vi Edward parado em frente a minha cama, olhei por alguns segundos e depois acendi o abajur, e quando olhei novamente ele não estava mais lá.
- só posso estar ficando louca – falei a mim mesma
Depois disso dormi novamente.

Acordei naquele dia, ainda pensando no acidente da van, dessa vez quando desci Charlie ainda estava em casa.
- Bells, bom dia querida, está se sentindo bem? – perguntou ele preocupado
- Estou pai, já disse que estou bem – respondi pela milésima vez
- Bom então já estou indo – ele se dirigia à porta
- Ah pai, obrigada pelos pneus – disse me lembrando dos pneus
- De nada querida – ele respondeu saindo pela porta
Quando cheguei na escola todos vinham perguntar se eu estava bem, tive de dizer que eu estava bem para quase todos os alunos daquela escola. O professor de biologia havia programado um passeio até uma estufa de plantas numa cidade vizinha, eu tinha me esquecido disso, mas Charlie já havia autorizado o passeio ontem então eu pude ir. Melhor ir nesse passeio do que ficar na escola e repetir um milhão de vezes que eu estava bem.
Antes de entrarmos no ônibus, vi Edward , Jasper e Alice passarem por mim, fiquei olhando para eles parada ao lado de minha picape, e Edward ficava olhando para mim parado em frente ao volvo.
- e aí miss Arizona? Está viva! – disse Mike se metendo na minha frente tirando minha concentração.
- É eu acho que foi alarme falso – disse desviando os olhos para ele, por um instante
- É eu sei que falta um mês... – Mike falava, e eu olhava para Edward, que ficava me encarando com os olhos brilhantes mudando de cor como sempre.
- ...e eu queria saber se você não gostaria de ir ao baile – eu não estava prestando atenção em Mike, mas quando ele falou a palavra “baile” eu desviei os olhos de Edward, e olhei para ele.
- E então o que você acha? – disse Mike
- Sobre o que? – eu questionei, só havia ouvido a palavra baile, o resto nem sequer me dei ao trabalho de escutar
- Quer ir, ao baile... comigo? – disse Mike meio envergonhado, nessa hora pude perceber que os olhos de Edward se viraram para Mike, como se estivesse ouvindo o que estávamos falando, isso era impossível, mesmo para alguém que levanta uma van, ele estava muito longe de nós para escutar.
- Ah! O baile, dançar... não é uma boa idéia pra mim – disse isso e Mike se virou para trás e olhou para Edward que ficou encarando-o.
- Vai com alguém? – perguntou Mike olhando para mim de novo
- Não, eu vou a Jacksonville no dia do baile. – eu disse
- Não pode ir em outro dia? – ele questionou
- Passagens não-reenbolsáveis – eu disse, olhando por cima dos ombros de Mike tentando encontrar Edward.
- Ah! Tá bom então – Mike falou isso desolado
- Mike , convide a Jéssica sei que ela quer ir com você- disse a Mike
Mike saiu para o ônibus. Posso jurar que vi Edward dar uma risadinha atrás de Mike.
- Ei galera vamos logo! – gritou o professor .
Ao passarmos pela aquela estufa fiquei enjoada de ver tanto verde acumulado.
- o que tem em Jacksonville? – Edward estava atrás de mim, intrigado.
- Como soube sobre isso? – perguntei, pois não havia dito a ninguém o único que sabia era Mike, e ele não contaria a Edward sobre isso.
- Você não respondeu minha pergunta – disse Edward tentando se livrar da minha pergunta.
- Você não responde nenhuma das minhas! – disse e desta vez ele não retrucou.
- Vai me contar como parou a van? – perguntei a ele
- Vou. Tive uma descarga de adrenalina. É muito comum pode procurar no google. – ele era um perfeito mentiroso
- Gente da Flórida, é o que tem em Jacksonville – respondi com o mesmo sarcasmo dele. De repente meus pés não se afirmaram no chão e eu tropecei, Edward me segurou pelo braço com sua mão gelada, ele pareceu não gostar de ter tocado em mim.
- Pelo menos olhe por onde anda! – ele disse isso num tom áspero e alterado. Fiquei quieta olhando para frente.
- Olha me desculpe, se eu sou grosso ás vezes mais eu acho que assim é melhor – agora sua voz era doce e calma, quando ele terminou de dizer isso, ouvi uma voz me chamando, não podia acreditar que ele finalmente estava cedendo e alguém me chama justo nessa hora.
- Bella! Bella ! – era a voz de Jéssica – não vai acreditar quem me convidou pro baile! – quando Edward viu jéssica saiu na hora, de perto de mim.
- Quem? – perguntei pra ela, olhando para frente
- O Mike – ela respondeu eufórica – não vai ficar estranho vai?
- Não vocês ficam bem juntos – respondi saindo para o ônibus sozinha.
- Bella! – era a voz de Edward – não podemos ser amigos – quando ele disse isso já estava do meu lado, de onde ele veio?
- Ótimo – agora eu estava alterada – porque não deixou a van me arrebentar pra poupar tanto arrependimento?
- Acha que eu me arrependo de ter feito aquilo? – agora sua voz era baixa e incrédula
- Estou vendo que sim – respondi – só não sei o porque
- Você não sabe de nada – ele disse aquilo ásperamente
De repente, Jasper e Alice estavam atrás de nós.
- você vai de ônibus com a gente? – falou Alice, sua voz era linda como uma sinfonia, e ela também sorria.
- Não, nosso ônibus está cheio! – falou Edward antes que eu pudesse responder, entrando no ônibus. Eu fiquei incrédula com a falta de educação dele. A viagem de volta fiquei calada o tempo todo, escutando Jéssica tagarelar sobre o baile.
- Eu e Ângela vamos a Port Angeles, sábado que vem para comprar o vestido pro baile, quer ir junto? – perguntou Jéssica para mim
- Não sei Jéssica, posso pensar e segunda eu te digo se vou? – claro que eu não iria, só queria tempo para inventar uma desculpa decente.
- Claro – respondeu ela.
Quando chegamos na escola, fomos dispensados diretamente para casa. Peguei minha picape e fui. Cheguei em casa, e Charlie estava na frente de seu carro conversando com um amigo dele
- Ei Bella ! – gritou o amigo de Charlie – se lembra de mim? – perguntou. Balancei a cabeça em sinal de negativo
- Waylon – disse Charlie – Bella não passa o natal aqui desde que tinha 4 anos.
- Ah! Mais aposto que deixei uma marca! – e realmente havia deixado, como da vez que se fantasiou de papai Noel e ficou entalado na chaminé a noite inteira.
- É ... – deu um sorriso sem graça – pai , eu preciso entrar ,tenho dever de casa .
- Claro querida – disse Charlie
- Até logo Bella! – disse Waylon
Quando entrei, fui direto tomar um banho, depois disso comi uma lasanha, e fui dormir, e de novo começava a chover.
No outro dia quando acordei, estava muito frio, então coloquei a roupa mais quente que tinha, e fui para escola. Encontrei um bilhete na geladeira – Bella hoje vou chegar tarde do trabalho, não me espere – sai de casa, e fui para a escola, quando cheguei não tinha ninguém no estacionamento, eu já estava atordoada, deixei a chave da picape cair enquanto descia. De repente Edward me alcançou a chave
- como pegou a chave tão rápido? – perguntei
- eu estava atrás de você! – disse ele rindo, fiquei quieta e comecei a andar para dentro da escola.
- Bella, a culpa não é minha se você tem sentidos retardatários – ótimo agora ele dizia que eu era lenta demais! Ele continuou me seguindo
- Eu queria perguntar se você, no sábado... – eu o interrompi – está fazendo alguma piada?
- Será que eu posso terminar? – falou ele – bom, no sábado você não gostaria que eu te levasse a Port Angeles? – eu fiquei pasma , que até parei de andar.
- Como? – perguntei como uma idiota
- Não quer que eu te leve? – ele repetiu
- Eu nem sei se vou – retruquei
- Mas se você decidir ir... – ele parou de falar
- Por que isso agora? – eu perguntei indignada
- Bom, você é um imã para acidentes! Então pensei em te levar, assim evitaria que você morresse ao abrir a porta de uma loja – ele falou isso num tom de deboche e rindo.
- Huh! – fiquei quieta, e entrei para dentro da escola. A aula de inglês foi muito entediante, eu mal conseguia prestar atenção. Enfim bateu para irmos ao refeitório, pelo menos lá eu poderia olhar para Edward sem ele me ver.
- Ao chegarmos, na mesa, percebi que todos os Cullen estavam sentados na mesa de sempre, menos Edward.
Então foi nessa hora que Jéssica me puxou
- Bella! Edward Cullen está te chamando – eu pensei comigo aonde?
Então olhei em volta do refeitório e ele estava sentado em outra mesa, e estava me chamando para sentar com ele. Eu fui até lá, fiquei parada na frente da mesa
- o que você quer? – disse rapidamente
- sente-se – disse ele suavemente
- estou bem assim – disse me recusando
- vai ficar assim até bater o período? – ele disse com sarcasmo
- está bem – sente em frente a ele, e ele ficou me olhando
- então, vai ou não? – perguntou ele
- aonde? – perguntei
- a Port Angeles – ele soletrou cada sílaba como se eu fosse retardada
- vou – respondi simplesmente
- é só isso? – perguntei
- por favor – agora ele estava inclinado na mesa e eu também – me prometa que vai se cuidar.
- Está bem – eu disse calmamente.
- E ai não vai mais me interrogar sobre como parei a van? – ele disse isso rindo
- Estou elaborando algumas teorias – disse
- Quais são? – ele perguntou interessado, e eu fiquei calada
- Por favor me conte, eu não vou rir, prometo – agora seus olhos eram hipnotizadores, lindos e brilhantes
- Bom – comecei com minha loucura – eu pensei em... aranhas radioativas e kriptonita – falei e ele me interrompeu
- Isso são coisas de super-heróis certo? E se eu não for um herói? E se eu for... o vilão – agora ele estava sério mas seus olhos ainda brilhavam.
- Não é – eu disse suavemente e depois continuei – eu sei o que tenta aparentar ser, é uma máscara. – ele ficou quieto olhando o nada, de repente o sinal para o período bate. Eu me levantei
- Você não vem? – perguntei a ele
- Não, matar aula e saudável às vezes – respondeu ele com um sorriso torto que eu adorava.
- Bom então até logo – disse e fui para a aula de biologia, eu também gostaria de matar aula de vez em quando, mas era medrosa demais para isso. Antes que eu conseguisse chegar a porta Mike me abordou
- Ei Bella! La push ! você vai? – que diabos era isso?
- Posso saber o que é? – perguntei
- É a praia na reserva dos quileutes, nós todos vamos, venha com a gente! É la push querida! – não gostei do modo como ele me chamou de querida
- Se parar de dizer la push eu vou – disse isso rindo
Assim que entrei, o professor entrou atrás e com uma luva sacudiu no ar um papel com quatro divisórias
- aqui vamos fazer testes para saber qual o tipo sanguíneo de cada um , cada um de vocês vai receber um destes papéis, eu quero que espetem o dedo com esta agulha e coloquem uma gota de sangue em cada parte do papel. Vamos começar!
Quando ele falou sangue, me deu uma tontura, eu odiava ver sangue, me deixava tonta, com enjoo, e muitas vezes eu até desmaiava. Deitei a cabeça na carteira e fechei os olhos, mesmo assim o cheiro do sangue vinha até mim, e o enjoo era horrível.
- senhorita Swan? Está bem? – perguntou o professor
- não – respondi –estou enjoada
- alguém por favor pode levar a senhorita Swan até a enfermaria? – eu nem precisaria levantar a cabeça para saber que Mike seria voluntário.
- Pode deixar comigo professor, vamos Bella – ele colocou o meu braço sobre o ombro dele e me carregou da sala, eu precisava sair daquela sala , nem que fosse engatinhando. Quando chegamos perto da enfermaria, eu não aguentei
- Por favor Mike, me deixe sentar na calçada, não posso ficar de pé. – eu falava como se estivesse morrendo, foi exagero meu.
- Está bem – ele me colocou sentada na calçada e eu deitei de lado, encostando a cabeça no piso gelado.
- Bella! - gritou uma voz conhecida de longe – Bella! O que aconteceu? – agora estava bem perto
- Ela ficou enjoada na aula de biologia – disse Mike com aspereza na voz
- Então a senhorita fica enjoada ao ver sangue? – disse Edward que já estava do meu lado, não tenho certeza mas acho que ele deu uma risada.
- Vá embora – gemi
- Parece que não está tão mal assim –seu tom ainda era de deboche
- Para onde estava levando ela ? – perguntou Edward a Mike
- Para a enfermaria – respondeu
- Pode deixar que eu assumo daqui pra frente – disse Edward me levantando do chão
- Não o professor disse que eu deveria leva-la! – gritou Mike
- Vá para sala – disse Edward já a uns dez passos de Mike
- Me coloque no chão – gemi de novo
- Você não está em condições de exigir nada agora mocinha- disse ele debochado, ele me carregava como se eu pesasse cinco quilos em vez de cinquenta. Ele ia andando, e eu ficava cada vez mais enjoada com o balanço de seu caminhar – por favor por favo que eu não vomite nele – pensava comigo mesma. Ele me afastou de seu corpo me segurando apenas com os braços, eu ouvi quando ele abriu a porta da enfermaria.
- O que aconteceu? – berrou a enfermeira
- Ela desmaiou na aula de biologia – contou Edward
- Estão tirando sangue hoje não é? – perguntou a enfermeira
- Sim – respondeu ele
- Sempre acontece com alguém – disse ela abrindo uma porta
- Por aqui – falou ela – coloque a moça aqui nesta maca
Ele me colocou na maca, e a enfermeira saiu da sala. Eu já estava melhorando conseguia abrir os olhos. Vi que Edward estava do ouro lado da sala encostado na parede
- por um minuto você me assustou lá fora – disse ele suavemente e continuou – pensei que o Mike estava arrastando seu corpo para enterrar no bosque – agora seu tom era debochado
- há há – respondi
- como você desmaiou? – perguntou ele
- eu senti o cheiro do sangue – respondi
- as pessoas não conseguem sentir o cheiro de sangue – indagou ele
- eu consigo, tem cheiro de ferrugem e ... sal – contei, ele ficou calado
- viu – começou ele –é por isso que te pedi para ter cuidado, você é um imã para acidentes – concluiu
- então por que você – comecei – simplesmente não fica um tempo comigo? Vamos todos a praia no domingo, venha também, e... divirta-se- conclui. Nisso ouvimos um barulho
- por aqui – dizia a enfermeira abrindo a porta , rapidamente eu sai da maca para liberá-la para o próximo inválido. Entrou Mike na sala carregando Jon Bordon.
- Bella – disse Edward – saia da sala confie em mim – saímos da sala, fomos para a recepção da enfermaria.
- Nossa então desta vez você me ouviu – ele disse incrédulo.
- Éh – respondi estava muito enjoada e tonta para brigar com ele.
- Sobre o que estávamos falando mesmo? – perguntou ele
- Ah! Se você... – minha voz começou a trancar – não gostaria de ir a praia com a gente. – terminei
- Com a gente? – perguntou ele novamente
- É, eu, a Jéssica, o Mike a Ângela e o Tayler – disse
- Qual praia? – ele perguntou indeciso
- La push – respondi
- Não sei... aquela praia... – ele falou pensativo
- Tem algo de errado com aquela praia? – nesta hora Mike ia saindo da sala
- Fica um pouco cheia – ele falou no meu ouvido e depois se afastou para perto do balcão da recepção.
- E então Bella? – perguntou Mike – vai com a gente na praia?
- É eu vou – respondi , Mike olhava para Edward e olhava para mim.
- Bom vai voltar para a aula?
- Hoje não – respondi
- Então até mais – disse Mike saindo pela porta. Nessa hora bateu o sinal para educação física e eu apenas murmurei
- Educação física, que saco!
- Posso cuidar disso pra você. – disse Edward que já estava do meu lado, falando baixo.
- Como? – perguntei muito interessada na idéia de matar aula
- Sente-se e pareça pálida – disse ele, bom isso era fácil, sempre fui pálida e desmaiar me deixava exausta, sentei numa cadeira almofadada e recostei a cabeça na parede e fechei os olhos. Ouvi Edward falando com a enfermeira
- Bella tem educação física agora, acho que ela não está muito bem para isso- imaginei como seus olhos estariam dominadores nesta hora
- Bom – disse a enfermeira – Bella quer ir para casa?
- Sim – respondi balançando a cabeça, exagerando um pouco na cena
- Eu a levo para casa – disse Edward numa voz muito suave
- Que aula você tem agora Edward? – perguntou a enfermeira
- História, acho que a Sr. Magon não vai se importar – disse ele
- Está bem, melhoras Bella! – disse a enfermeira
- Obrigada – disse me fazendo de doente. Ouvi que a enfermeira estava saindo da recepção e que Edward estava se aproximando
- Consegue caminhar, ou quer que eu te carregue de novo? – disse ele num tom de deboche
- Vou caminhando – respondi , assim que saímos, estava chuviscando, e nunca em minha vida eu gostei tanto da chuva, pois ela lavava meu rosto que estava transpirando. Eu estava me dirigindo para minha picape, e senti que Edward me puxou pelo casaco em direção a seu carro.
- O que está fazendo? – perguntei
- Vou te levar para casa, eu disse à enfermeira que ia te levar – respondeu ele ainda me puxando
- Eu estou bem vou sozinha – disse teimando com ele
- Acha que eu vou deixar você dirigir neste estado? Não mesmo – respondeu ele abrindo a porta do carona
- E minha picape? – perguntei, parada do lado de fora do carro dele, estava chovendo e eu estava ficando encharcada.
- Alice levará para você até sua casa, entre no carro –disse ele entrando no carro. Fiquei considerando a idéia de sair correndo até minha picape, e não eram muito boas ele me alcançaria antes de eu chegar nela. Tentei entrar no carro dele com dignidade, mas não funcionou, eu parecia um gato meio molhado. Entrei no carro e ele ligou o aquecedor. A viagem foi muito silenciosa, não falávamos nada. Quando chegamos na minha casa, eu ia saindo de dentro do carro
- Bella – disse Edward numa voz muito doce e preocupada – me prometa que vai se cuidar quando for a La push?
- Prometo –respondi não entendendo essa preocupação repentina dele.
- Não entre na água, nem se perca – ele me dava instruções como se eu tivesse seis anos de idade, nem isso.
- Certo – concordei, percebi que ele fitava o horizonte
- Veja – ele disse ainda olhando o horizonte – o crepúsculo – realmente era, o céu cheio de cores muito lindo, típico de um final de dia chuvoso.
- Agora eu tenho que ir – disse ele, eu cambaleei para fora do carro, e ele ficou me olhando entrar em casa.
Quando entrei em casa, fui trocar de roupa, olhei pela janela e ele não estava mais lá. Desci e em poucos minutos chegou Charlie
- Oi Bella – disse Charlie
- Oi pai – respondi
- Pai, posso ir a Port Angeles sábado que vem com Jéssica e Ângela? – perguntei, tinha que ter a aprovação dele para ir.
- Claro querida ! mas cuide-se – disse Charlie
- E posso ir neste sábado, a La push com meus amigos? – perguntei meia na defensiva
- Quem vai? – perguntou ele
- Ângela , Jéssica, Mike... – ele me interrompeu
- O filho dos Newton? – perguntou ele
- É – respondi
- Está bem , mas cuide-se. – concluiu ele, jantamos no mesmo silencio de sempre, depois fui dormir, naquela noite não estava chovendo então pensei que o dia seguinte seria bom.
La push
Naquela manhã, acordei com o céu nublado, o bom era que não estava chovendo. Então desci, como sempre tomei café, me arrumei e fui até a casa de Mike, onde iríamos nos encontrar para irmos todos juntos a La push. Cheguei na casa de Mike e todos já estavam lá.
- você veio miss Arizona! – disse Mike
- eu disse que viria – respondi
- bom já estávamos indo então entre no carro – disse Mike. Entrei no carro, e fomos todos pela estrada principal, o vento que vinha da mãe me deixava triste. As árvores que vimos no caminho, muito bonitas, mas todas com o tronco verde, era tudo verde.
Quando finalmente chegamos, a la push estava nublado, e frio, Mike e Erik queriam entrar na agua para surfar mas a água estava congelante. Então Ângela veio falar comigo
- É – começou ela – eu fico achando que o Erik vai me convidar para o baile, e aí ele não convida – a voz dela era triste, parecia desolada.
- Convide-o você – disse a ela – você é uma mulher forte independente convide-o você! – terminei
- Sou? – falou ela considerando a idéia
- É – respondi, nesta hora ia chegando , três rapazes, eu sabia que os conhecia , mas não sabia da onde. Eles iam se aproximando, um era bem alto, o mais alto de todos. O outro era quase da mesma altura. E tinha um que era meio baixo, mas todos tinham cabelo comprido e andavam juntos. De repente um chegou e falou comigo.
- Olá – disse o rapaz meio baixo – seu nome é Escabela, não é? – ótimo mais um que me chamava de Isabella.
- Só Bella, por favor – disse a ele
- É , lembra de mim? – sou filho de Billy Black, sou Jacob Black – agora eu estava lembrada, eu brincava com ele quando vinha passar o natal aqui.
- Ah! Sim estou lembrada – falei a ele
- E estes são meus irmãos – disse ele me apresentando seus irmãos.
- Bom – disse Jéssica – façam companhia a Bella, o par dela deu cano! – por que ela tinha que falar isso!
- Que par? – respondeu de imediato Mike
- Ela convidou o Edward! – disse Ângela
- Só para ser educada, só isso – tentei disfarçar
- Achei legal ela ter convidado – disse Jéssica –ninguém convida! – concluiu ela
- Os Cullens não vem aqui – disse o rapaz mais alto de todos, na hora não tive oportunidade de perguntar por que, pois Mike sugeriu que fossemos caminhar pela praia. Lá estava eu , uma descordenada, caminhando pelas raízes de árvores espalhadas pela praia. Caí inúmeras vezes, Jacob Black fez o favor de me acompanhar. Daí resolvi usar charme pra cima dele, pra ver se ele me contava, o que o irmão dele quis insinuar.
- Então – comecei – o que seu irmão quis dizer com ‘os Cullens não vem aqui”? – perguntei
- Eu... não posso dizer nada sobre isso – respondeu ele
- Eu sei guardar segredo – respondi dando uma piscadinha, bom fazer charme não era o meu forte, mas adiantou neste caso.
- Bom – começou ele – você sabe que os quileutes descendem de lobos?
- Lobos? Tipo lobos? Lobos de verdade? – perguntei inúmeras vezes pensando ter ouvido errado
- É – respondeu ele com um sorriso
- E então, qual é a história dos Cullens? – perguntei
- Bom, meu tataravô os encontrou caçando em nossas terras, mas eles disseram ser diferentes, então nossa tribo fez um acordo com eles, se prometessem sair das nossas terras, não contaríamos aos caras pálidas... o que eles eram de verdade – disse Jacob
- E o que eles eram de verdade? – perguntei muito interessada
- É só uma velha história de terror Bella! – disse ele rindo
- Bom mais eu quero saber – forcei ele a me dizer
- Bom, segundo a lenda – agora ele estava sério – eles eram... – ele hesitava – chupa –sangues. Eu fiquei pasma e Jacob percebeu
- É só uma história Bella! – disse ele retomando o sorriso – vamos devem estar procurando a gente. Depois disso, fiquei pensando, andei sozinha pela praia, caí nas raízes das árvores.
- Eu tenho que descobrir se isso é verdade – pensava comigo mesma, e ao mesmo tempo, achava que isso poderia ser loucura, vampiros não existem, e Edward e sua família, por mais estranhos que poderiam ser, considerar a possibilidade vampiros, era muita loucura. Eu estava bem perto da água, e me lembrei que tinha prometido a Edward que iria tomar cuidado para não sofrer nenhum acidente, então sai de perto da água.
Durante toda a viagem de volta fiquei pensando nisso, quando cheguei em casa, fui direto no computador pesquisar sobre vampiros, liguei o computador, demorou dez minutos, coloquei no google , “lendas sobre vampiros” enquanto aquela carroça carregava, eu desci, tomei café, tomei banho e escovei os dentes. Quando voltei ao quarto estava lá : “lendas sobre vampiros, os frios” – os frios – pensei comigo, cliquei nisso mesmo. Demorou mas estava lá o texto, vampiros os frios: “ segundo as lendas, vampiros são velozes’ – velocidade – me lembrei de quando Edward me alcançou muito rapidamente no estacionamento. “ são fortes” – força – me lembrei como ele empurrou a van de Tayler com uma mão sem nenhum esforço. “ tem pele fria “ – pele fria – lembrei-me como suas mãos são geladas. E a última era “ vampiros bebem sangue” nesta hora eu congelei, me lembrando de como nos conhecemos. Era impossível, Edward? Um vampiro?
Não consegui dormir a noite inteira, não podia acreditar numa história da internet, então resolvi procurar um livro, em Port Angeles tem muitas livrarias, então eu iria a uma delas, ter uma segunda opinião.
No dia seguinte, acordei, era domingo, não tinha muita coisa pra fazer. Charlie havia me convidado para pescar, mas eu não queria reviver esse pesadelo de infância, então disse que tinha dever de casa. De manhã fiz todas as pesquisas, e deveres escolares que tinha. E de tarde me deitei de bruços na grama do jardim, estava ensolarado o dia, mas ventoso. Peguei muitos livros, tentando me distrair e tirar, por enquanto essa história de vampiros da cabeça. Abri o primeiro livro, era Romeu e Julieta, lí até a metade pois, quando começaram a se matar, eu pensei – sangue – não não podia ler este livro, não hoje. Depois peguei outro, estava gostando, até que tinha uma parte assim “ele me segurou pelo braço e me tirou do meio da explosão” e eu pensei – força – também não podia ler este livro hoje. Daí me virei para cima, na grama macia, seca, o vento soprava em meu rosto, o sol penetrava em mim, eu olhava as árvores se mexerem com o vento. Foi a primeira vez que gostei da calmaria de Forks. Respirei fundo e peguei o terceiro livro, era um romance, li um pouco, depois vi que o nome do mocinho era ‘Edward”, - aí – pensei , virei para cima de novo. E decidi que dormir era a única maneira de não pensar.

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