domingo, 28 de novembro de 2010


Capitulo 2 - O fenômeno
Naquela manhã, eu acordei e olhei pela janela, foi como um sonho, tirei meus fones de ouvido, e vi que tinha um raio de sol entrando pela minha janela, eu não podia acreditar, um dia de sol na cidade da chuva. Desci para tomar café e Charlie estava à mesa lendo o jornal.
- bom dia Bells. – disse ele vendo a minha felicidade pelo dia de sol.
- Bom dia pai – respondi. Nós dois não éramos de conversar muito então, o café da manhã foi muito silencioso. Assim que terminei ia subindo a escada e Charlie me chamou
- Até logo Bella – disse ele se despedindo
- Até logo – respondi
Fui até meu quarto, e coloquei minha blusa rosa, de manga três quartos, que eu colocava nos dias mais frios em Phoenix. E uma calça jeans escura. Peguei minha mochila e fui para a escola, saindo de dentro de casa até minha picape, fui andando devagar e deixando os raios de sol penetrarem no meu rosto. Demorei a entrar na picape, quando cheguei a escola, percebi que o volvo reluzente não estava lá. Isso me deixou feliz e triste ao mesmo tempo, feliz porque não teria que me preocupar com o Cullen me encarando, e teria a carteira da aula de biologia só pra mim, e triste, porque, eu queria confronta-lo e exigir que me dissesse seu problema. Mas como eu esperava, naquele dia ele não apareceu. E no outro dia, também não apareceu. Vários dias se passaram e as coisas, ficaram meio estranhas.
- Bella – chamou Jéssica dentro da sala da aula de inglês – você sabia que Edward Cullen , saiu da escola? – me disse ela enquanto eu me sentava na carteira ao lado dela.
- Como? – perguntei pensando ter ouvido errado
- Saiu da escola, o Edward Cullen saiu da escola! – ela soletrou palavra por palavra como seu eu tivesse problemas mentais.
- Nossa – eu disse, como ele pode? Era impossível que ele tivesse tanta repulsa por mim a ponto de sair da escola. Fiquei calada toda a aula de inglês. Quando bateu para minha aula de biologia, eu fui direto e nem me preocupei com o Cullen, afinal ele saiu da escola mesmo. Chegando na sala eu olhei, e confirmei, Edward não estava lá. Sentei-me na minha carteira, agora toda minha, e Mike chegou do meu lado
- Posso me sentar com você hoje miss Arizona? – disse Mike num tom de brincadeira. E antes que eu pudesse responder que sim, senti a minha carteira se mover do meu lado, estava paralisada para olhar, então vi pelos olhos de Mike que só podia ser ele. Mike saiu e foi se sentar na sua carteira, eu estava decidida a não olhar para ele, e ignorá-lo completamente quando ouvi uma voz que eu não conhecia
- Oi, meu nome é Edward Cullen, me desculpe por não me apresentar na semana passada, o seu é Bella? – me perguntou aquela voz linda, parecia uma sinfonia de anjos, demorei para descobrir de onde vinha, quando percebi que era Edward que falava comigo, fiquei pasma, mas antes que eu ficasse com uma cara de “hã” eu respondi
- Isabella – nem sei porque respondi isso
- Prefere Isabella? – ele perguntou calmamente
- Não – falei rápida demais – é que Charlie deve me chamar de Isabella pelas minhas costas.
- Agora turma – interrompeu o professor – quero que separem e identifiquem as fases da mitose, para isso iram usar um microscópio, e deverão trabalhar em dupla, nas lâminas tem células da raiz de cebola separem e identifiquem.
- Primeiro as damas – disse ele, seria fácil eu já havia feito esta experiência antes , sabia onde e o que procurar. Peguei o microscópio e olhei
- É prófase – no que eu disse isso ele colocou a mão sobre o microscópio, e de leve sua mão tocou na minha e eu senti um arrepio, a mão dele era gelada, como neve. Logo num ato involuntário eu recuei a mão.
- Desculpe – sussurrou ele, muito baixo, nem sabia se ele realmente tinha falado isso, pensando nisso eu realmente considerei a idéia de ter imaginado toda aquela cena de hostilidade quando nos conhecemos e comecei a achar que eu era a louca da história.
- É prófase – ele disse confirmando minha opinião.
- Como eu disse – disse eu assim talvez pudesse refazer a primeira impressão de retardada mental que eu havia deixado.
- Você sumiu. – eu disse a ele, tentando não me intrometer demais
- É... eu tive de passa uns dias fora da cidade, motivos pessoais. Ah eu não sei é Anáfase. – disse ele já pegando a caneta para escrever na folha.
- Importa-se se eu olhar? – disse eu pegando o microscópio.
- Não – respondeu ele. Olhei o microscópio, e quase que minha cara caiu no chão, era Anáfase.
- Anáfase – eu disse em tom baixo
- Como eu disse – disse ele dando um sorriso torto. Ele pegou o microscópio e trocou a lâmina, enquanto eu olhava estonteada para ele.
- E aí, está gostando da chuva? – me perguntou ele.
- Nossa... – eu fiquei incrédula por ele estar me perguntando sobre o tempo, continuei – está me perguntando sobre o tempo? – soltei sem pensar.
- É eu acho que estou... – respondeu ele achando que eu não iria responder.
- Eu... não gosto de chuva – falei a ele – tempo frio, chuvoso, realmente eu não... – ele me interrompeu dando uma risadinha sem graça, e virou os olhos para o microscópio. Ficamos um tempo sem falar nada.
- Se detesta tanto o frio e a chuva – começou ele – porque se mudou para a cidade mais chuvosa do país? – me perguntou, e eu fiquei na defensiva.
- Motivos pessoais – disse a primeira coisa que me veio à cabeça.
- Acho que eu consigo entender – disse ele, muito interessado, agora seus olhos brilhavam, estavam um castanho-dourado, muito diferentes do que estavam no começo da aula, mas deixei passar essa.
- Bom – comecei – minha mãe casou de novo e... – ele me interrompeu – você não gosta do cara ou... – falou ele – não Phill é legal – continuei – mas Phill viaja muito e minha mãe ficava em casa comigo e isso a deixava infeliz, então pensei em ficar uns tempos com meu pai – ele me interrompeu de novo – e agora, voce está infeliz? – perguntou ele
- Não – disse balançando a cabeça, e fechando bem a boca eperando não entregar tudo como uma menina de cinco anos, nem sei porque estava contando minha vida para aquele garoto estranho, e com distúrbios de humor.
- Me desculpe – disse ele, me arrancando de meus tristes pensamentos – eu só queria entender, é muito difícil pra mim ler você – ele deu um lindo sorriso torto e ficou me olhando, mais uma vez seus olhos mudaram de cor, agora estavam um castanho- dourado intenso, e eu não me segurei
- Você usa lentes de contato? – perguntei
- Não – respondeu ele, meio na defensiva desviando os olhos rapidamente de mim.
- A pouco seus olhos estavam castanho-dourado, e agora estão num castanho intensamente dourado... – ele me interrompeu – eu sei são as... luzes fluorescentes... – dizendo isso o professor , foi ver nosso trabalho, e pareceu muito impressionado
- Bom Sr. Cullen, não acha que deveria deixar a Sr.Swan usar o microscópio também? – disse ele
- Bom – respondeu Edward – na verdade ela identificou duas das três lâminas. – eu pensei comigo mesma, três laminas? Nós só havíamos visto duas antes de eu começar a contar minha vida. Daí eu vi que no papel já estavam escritos os nomes das três laminas, ele provavelmente identificou a última.
- Bom – conclui o professor – parece que o Sr. Cullen achou uma parceira de laboratório. – ele falou mais alguma coisa enquanto se afastava mas eu não ouvi o que era. Nessa hora bateu o sinal, e ele mais uma vez desapareceu pela porta. Eu nem precisaria olhar para meu lado, pois saberia que meu amigo- cachorrinho Mike estaria ali de pé.
- Bom Bella – disse Mike – parece que hoje o Cullen não está com distúrbios de humor – pelo tom da voz de Mike, quando falava de Edward, parecia que ele não gostava muito dele.
- Aí, - falei ainda pensando – agora tenho educação física, que coisa horrível – e lá fomos nós para o ginásio, e mais uma vez Mike cobriu todas as minhas jogadas como um cavalheiro, então pude me concentrar em meus pensamentos. Por que , Edward mentiria sobre as lentes de contato? Eu ficava me perguntando. Assim que bateu para ir embora, eu fui para minha picape, e ao sair me lembrei que tinha que passar no supermercado, então fui até o centro de Forks. Ao sair vi o lindo volvo reluzente saindo. Passei no supermercado, quando entrei estava chovendo, mas lá dentro era quente , e o barulho da chuva não dava para ouvir, então fiquei um tempo dando voltas pelo supermercado. Ao sair fui para casa e preparei o jantar para Charlie. Sabia que ele deveria estar chegando, pois vi as luzes da sirene do carro dele nos fundos.
- Oi Bells – disse Charlie entrando pela porta da cozinha.
- Oi pai – respondi – como foi seu dia? – perguntei
- Me atrasei um pouco, tive que passar em Mason, um guarda de segurança, foi morto na ponte, vítima de ataque de um animal – respondeu Charlie enquanto sentavamos para comer.
- Um animal? – perguntei intrigada
- Não está mais em Phoenix querida, essas coisas acontecem aqui.- ficamos quietos o jantar inteiro, quando terminei lavei a louça, e subi para meu quarto.
- Boa noite pai – disse subindo as escadas
- Boa noite Bells – respondeu ele
Quando cheguei no meu quarto, o que eu mais queria era dormir, mais me lembre que minha mãe, poderia ter mandado algum e-mail para mim, então liguei o computador. Demorou uns dez minutos para ligar, e uns quinze para entrar na internet, ele era um computador idoso e muito lento. Quando entrei em meu e-mail, estavam umas dez mensagens, só da minha mãe. Respondi a todas,e isso demorou umas duas horas. Depois fui dormir, dessa vez não estava chovendo então peguei rápido no sono.
Quando acordei, não estava chovendo, pelo contrário, estava nevando, que coisa horrível. Olhei pela janela, o asfalto era puro gelo, e a grama também. Desci tomei café, e Charlie já não estava em casa, ele saia cedo para trabalhar. Subi de novo, me arrumei, coloquei meu casaco preto de veludo e sai. Quando sai, senti o frio penetrar em meu rosto, e senti um arrepio, entrei dentro da minha picape liguei o aquecedor, e fui para a escola. Chegando lá, vi o volvo reluzente parado a três vagas de mim, do outro lado do estacionamento, e Edward estava parado em frente a lateral do volvo me olhando, eu virei a cara na hora. Foi aí que percebi que meus pneus estavam novos, Charlie deveria ter trocado os pneus antes de sair, fiquei paralisada olhando, enquanto isso a van desgovernada de Tayler se aproximava de mim e de meu carro, foi em uma fração de segundos, que me virei e vi a van se aproximando rapidamente de mim, na hora eu caí, e senti uma mão gelada me segurando num aperto de ferro no chão, e de repente vi uma outra mão empurrar a lateral da van que vinha direto em cima das minhas pernas.
A van parou, e Tayler ficou inconsciente dentro do carro, quando me dei por mim, Edward estava do meu lado me segurando com muita força.
- que aconteceu? – perguntei desesperada
- van de Tayler escorregou no gelo e ia acertar você. – respondeu Edward
- como você chegou perto de mim tão rápido? – perguntei eu
-eu estava em pé do seu lado Bella – respondeu ele como se eu estivesse imaginando coisas, eu também notei que ele estava o mais distrante possível de mim que o pequeno espaço entre a van e a lateral do meu carro permitia, estávamos presos ali.
- não – retruquei- você estava em pé ao lado do seu carro, do outro lado
- não, não estava – disse ele tirando o braço de volta de mim
- estava sim – retruquei de novo
- Bella, você bateu a cabeça, não sabe o que está dizendo – disse ele e continuou – não diga esse tipo de coisa perto das outras pessoas, vão achar que ficou louca.
- Me conta o que aconteceu depois? – perguntei
- Conto – respondeu ele, já dava para ouvir as pessoas gritando a nossa volta. De repente conseguiram nos tirar entre a prensa do carro e a van, estavam ali, paramédicos, ambulância, o diretor, e toda a escola.
Eles trouxeram macas, mas Edward se recusou a usar uma, disse que estava bem, eu tentei fazer o mesmo, mas o traidor lhes disse que eu havia batido a cabeça. Tive de ir dali até a enfermaria naquela maca, todos olhando, que vergonha, Edward foi junto, e eu podia jurar que ele estava se controlando para não rir.
Quando chegamos a enfermaria me colocaram, numa cama e eu fiquei deitada, nisso chegou Charlie, na outra cama estava Tayler, banhado de sangue, como que com Tayler havia acontecido aquilo, e comigo e Edward , nada.

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